Introdução
Nem toda máquina virtual é igual e no Azure, escolher o SKU certo faz toda a diferença entre uma infraestrutura eficiente e uma que desperdiça recursos (e orçamento).
Com centenas de tamanhos disponíveis — séries D, E, F, L, N, entre outras, é essencial entender como dimensionar corretamente CPU, memória, disco e rede para cada tipo de workload.
Neste artigo, você vai aprender:
- As principais famílias de máquinas virtuais e suas características;
- Como escolher o SKU ideal para cada tipo de aplicação;
- Estratégias de otimização de custo e performance;
- E boas práticas de monitoramento e ajuste contínuo.
1. Entendendo as famílias de VMs no Azure
O Azure organiza suas VMs em famílias (ou séries), cada uma otimizada para um perfil de workload. A tabela abaixo resume as principais:
| Família | Foco | Exemplo de SKU | Características principais | 
|---|---|---|---|
| B-Series (Burstable) | Custo-benefício, workloads intermitentes | B2ms,B4ms | Ganha créditos de CPU quando ociosa e usa em picos de carga. | 
| D-Series (General Purpose) | Workloads balanceados | D4s_v5,D8as_v5 | Equilíbrio entre CPU, RAM e disco. Ideal para servidores web e apps gerais. | 
| E-Series (Memory Optimized) | Banco de dados e caching | E8s_v5,E32as_v5 | Alta proporção de memória por núcleo. | 
| F-Series (Compute Optimized) | CPU intensivo | F16s_v2,F8s_v2 | Alto clock e custo menor por vCPU. | 
| L-Series (Storage Optimized) | Workloads de IO alto | L8s_v3,L16s_v3 | Alta taxa de leitura/escrita em disco local NVMe. | 
| N-Series (GPU) | IA, renderização e inferência | NC24ads_A100_v4,ND96asr_v5 | GPU NVIDIA A100/H100, ideal para AI e ML. | 
Dica: comece sempre pela série Dsv5 para workloads genéricos e ajuste conforme o perfil de CPU/memória.
Documentação: Tipos de máquinas virtuais no Azure
2. Estratégias de dimensionamento (sizing)
Etapa 1: entenda o perfil de carga
Use métricas reais (CPU, memória, disco e rede) de workloads on-premises ou ambientes piloto. Ferramentas como Azure Migrate e PerfInsights ajudam a estimar o tamanho correto.
Etapa 2: defina o tipo de otimização
- CPU-bound: prefira F-Series ou D-Series.
- Memory-bound: use E-Series.
- IO-bound: escolha L-Series (NVMe local).
- GPU: vá de N-Series (A100/H100).
Etapa 3: valide a escalabilidade
Simule crescimento horizontal e vertical com VM Scale Sets e monitore performance via Azure Monitor Metrics.
3. Otimizando custo sem sacrificar performance
Dimensionar corretamente também significa economizar de forma inteligente.
O Azure oferece várias opções para otimizar custo:
| Estratégia | Descrição | Economia potencial | 
|---|---|---|
| Reserved Instances (1 ou 3 anos) | Reserva capacidade com desconto fixo. | Até 72% | 
| Spot VMs | Usa capacidade ociosa com preço variável. | Até 90% | 
| Auto-shutdown | Desliga VMs ociosas automaticamente. | 10–25% | 
| Azure Advisor | Recomenda redimensionamento automático. | Variável | 
| Hybrid Benefit | Reutiliza licenças Windows/SQL on-premises. | 30–50% | 
Combine Reserved Instances para workloads estáveis e Spot VMs para cargas transitórias (como renderização, testes ou CI/CD).
4. Monitorando e ajustando o desempenho
Monitorar é essencial para evitar subutilização ou gargalos.
Use Azure Monitor, Metrics Explorer e Workbooks para acompanhar:
- CPU % e créditos em VMs Burstable;
- Disco e latência em L-Series;
- Rede (Tx/Rx bytes) em ambientes de alta transferência;
- GPU usage (DCGM) em VMs N-Series.
Configure alertas no Azure Monitor para sugerir resize automático quando a média de CPU estiver abaixo de 20% ou acima de 80%.
Saiba mais: Monitoramento de máquinas virtuais no Azure
5. Boas práticas de design e operação
- Use Azure Compute Gallery para imagens consistentes.
- Padronize SKUs por ambiente (D4s_v5em dev/test,E8s_v5em prod).
- Centralize logs e métricas em Log Analytics Workspace.
- Combine Azure Policy com tags (tier=prod,costcenter=finops).
- Use Automation Account para desligar VMs fora do expediente.
Evite misturar séries de VMs no mesmo Scale Set, isso pode gerar diferenças de performance e comportamento de alocação.
Conclusão
Escolher o SKU certo de VM no Azure é uma das decisões mais importantes para equilibrar custo, performance e confiabilidade. Mais do que comparar núcleos e memória, é sobre entender o perfil do workload e aplicar as ferramentas corretas para ajustar, automatizar e evoluir com previsibilidade.
| Objetivo | Melhor escolha | 
|---|---|
| Workloads genéricos e balanceados | Dsv5 / Dasv5 | 
| Aplicações que exigem muita memória | Esv5 / Easv5 | 
| Cargas com alto IO | Lsv3 | 
| Computação intensiva (CPU-bound) | Fsv2 | 
| Treinamento e inferência de IA | N-Series (GPU) | 
O segredo está em combinar dimensionamento técnico + otimização financeira, garantindo o melhor dos dois mundos: performance previsível e controle total de custos.
 
     
                             
       
          