Arquiteturas de Rede no Azure: design escalável e seguro com Hub-Spoke, Virtual WAN e Private Endpoints

Arquiteturas de Rede no Azure: design escalável e seguro com Hub-Spoke, Virtual WAN e Private Endpoints

17 de Outubro de 2025

Introdução

Uma arquitetura de rede bem planejada é a espinha dorsal de qualquer ambiente em nuvem, especialmente quando o foco é segurança, desempenho e governança.

No Azure, há diversas formas de conectar recursos e workloads, mas entender quando usar Hub-Spoke, Virtual WAN ou Private Endpoints é o que diferencia uma infraestrutura pronta para produção de uma que apenas “funciona”.

Neste artigo, você vai aprender:

  • Os principais modelos de topologia de rede no Azure
  • Quando escolher Hub-Spoke tradicional ou Virtual WAN
  • Como proteger o tráfego com Private Endpoints e Private DNS Zones
  • Boas práticas de segurança, escalabilidade e observabilidade
Spoiler: o segredo está em combinar padronização e isolamento com automação e observabilidade desde o início.

1. Fundamentos: o que compõe uma rede no Azure

Antes de desenhar qualquer topologia, é importante entender os blocos fundamentais de rede no Azure:

ComponenteFunção principal
Virtual Network (VNet)Segmentação lógica de recursos dentro do Azure.
SubnetsDividem a VNet em blocos menores, com políticas e rotas específicas.
Network Security Groups (NSG)Controlam o tráfego de entrada e saída em nível de subnet ou NIC.
User Defined Routes (UDR)Personalizam o roteamento entre subnets e appliances virtuais.
Azure Firewall / NVAFazem inspeção profunda de tráfego e aplicam políticas de segurança centralizadas.
Private DNS ZonesPermitem resolução de nomes privados integrada a Private Endpoints e VNets.

Esses elementos são combinados de forma diferente em cada padrão de arquitetura.
E é isso que veremos a seguir.

2. Hub-Spoke: o padrão corporativo clássico no Azure

O modelo Hub-Spoke é amplamente adotado em organizações com múltiplos ambientes (dev, stage, prod) ou workloads isolados que compartilham conectividade e segurança.

Como funciona

  • O Hub centraliza componentes compartilhados: Azure Firewall, Bastion, VPN Gateway, DNS privado e Log Analytics.
  • Cada Spoke representa um ambiente isolado (por exemplo: “app”, “data”, “aks”).
  • A comunicação entre Spokes passa pelo Hub, garantindo controle de tráfego e governança centralizada.

Benefícios

  • Segurança centralizada e previsível.
  • Facilidade de inspeção e auditoria.
  • Redução de exposição pública.
  • Escalabilidade por isolamento lógico.

Desafios

  • Crescente complexidade em ambientes com muitas VNets.
  • Necessidade de gerenciar manualmente peering e rotas.

Dica: use Azure Firewall Manager e Route Server para simplificar a configuração de rotas e políticas entre múltiplos Spokes.

Documentação oficial: Hub and Spoke network topology in Azure

3. Virtual WAN: a evolução da conectividade corporativa

A Azure Virtual WAN (VWAN) é a evolução natural do Hub-Spoke para ambientes distribuídos globalmente ou que exigem conectividade híbrida (Azure + on-premises + filiais).

O que é

O Virtual WAN oferece um modelo de conectividade gerenciado pela Microsoft, permitindo:

  • VPNs site-to-site e usuário final integradas.
  • Conexões ExpressRoute otimizadas.
  • SD-WAN (ZScaler, Prisma, Cisco, etc.) plug-and-play.
  • Gerenciamento centralizado de rotas, políticas e segurança.

Quando usar

  • Organizações com presença em múltiplas regiões.
  • Cenários híbridos com diversas filiais conectadas.
  • Ambientes que exigem alta disponibilidade e baixo tempo de configuração.

Benefícios

  • Reduz a complexidade de peering manual.
  • Melhora a performance por usar o backbone global do Azure.
  • Escala horizontalmente com hubs regionais gerenciados.
Documentação oficial: Azure Virtual WAN overview

4. Private Endpoints e Private DNS Zones: tráfego privado e seguro

Mesmo com topologias bem definidas, o tráfego entre workloads e serviços PaaS precisa ser protegido.

É aí que entram os Private Endpoints, que conectam serviços como Azure SQL, Storage, Key Vault e OpenAI diretamente à sua VNet, sem atravessar a internet pública.

Como funciona

Um Private Endpoint cria uma interface de rede privada para o recurso PaaS dentro da VNet.
Combinado a uma Private DNS Zone, ele permite que o nome público (ex: myvault.vault.azure.net) resolva para um IP privado.

Boas práticas

  • Use uma zona DNS privada por ambiente (dev/prod).
  • Restrinja o acesso via NSG e Firewall.
  • Automatize a criação de endpoints via Bicep ou Terraform.
  • Monitore conectividade com Network Watcher Connection Monitor.
Documentação oficial: Azure Private Endpoint overview

5. Segurança e Governança de Rede no Azure

A segurança de rede vai além de NSGs e Firewalls — ela deve ser definida como política, observada em tempo real e automatizada.

Checklist essencial

  • Azure Policy — imponha padrões de rede (ex: proibir IPs públicos).
  • Flow Logs + Log Analytics — monitore tráfego e identifique anomalias.
  • DDoS Protection Standard — proteja VNets expostas a tráfego público.
  • Private Link Service — crie endpoints privados para serviços customizados.
  • Workbooks — visualize tráfego, latência e anomalias de rede em dashboards interativos.

Dica: combine Azure Network Watcher + Azure Monitor Workbooks para ter visibilidade completa da conectividade e desempenho.

Documentação oficial: Monitor network traffic with Azure Network Watcher

Conclusão

Projetar redes no Azure é mais do que conectar VNets, é construir uma fundação segura, escalável e observável para todos os workloads da organização.
Cada padrão tem seu papel:

CenárioMelhor abordagem
Ambientes isolados com controle centralHub-Spoke
Conectividade híbrida e multi-regiãoVirtual WAN
Tráfego privado entre serviços PaaS e workloadsPrivate Endpoints + Private DNS

Ao combinar esses modelos, você cria uma infraestrutura preparada para crescer com segurança, consistência e visibilidade, reduzindo riscos e simplificando operações.

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