Infraestrutura para workloads de IA no Azure: GPUs, escalabilidade e resiliência em produção

Infraestrutura para workloads de IA no Azure: GPUs, escalabilidade e resiliência em produção

19 de Dezembro de 2025

Introdução

Workloads de Inteligência Artificial impõem exigências muito diferentes da infraestrutura tradicional.
CPU não basta. Disco comum não sustenta. Rede mal projetada vira gargalo.
Para suportar treinamento, inferência e processamento distribuído, é necessário projetar infraestrutura orientada a GPU, alta largura de banda e escalabilidade elástica.

O Azure oferece um portfólio robusto de VMs com GPU, integração nativa com AKS e ferramentas para operar esses ambientes em produção com previsibilidade.

Neste artigo você vai aprender:

  • Como funcionam as VMs com GPU no Azure
  • Diferença entre SKUs de GPU para treino e inferência
  • Arquiteturas recomendadas para IA em produção
  • Escalabilidade, resiliência e custo
  • Boas práticas operacionais para workloads de IA

1. Entendendo GPUs no Azure

GPUs são projetadas para processamento massivamente paralelo.
Em IA, isso se traduz em:

  • treinamento mais rápido
  • inferência de baixa latência
  • maior eficiência energética

No Azure, GPUs estão disponíveis principalmente nas séries N de máquinas virtuais.

Principais famílias de GPU

FamíliaGPUPerfilCasos de uso
NCNVIDIA A100, V100Compute intensivoTreinamento de modelos
NDNVIDIA A100, H100Deep Learning distribuídoTreino em larga escala
NVNVIDIA A10, M60Visualização e inferênciaInferência e renderização
NDasv5NVIDIA A100Alta densidadeIA corporativa
NCads_A100_v4NVIDIA A100Alta performanceModelos grandes

Regra prática: Treinamento usa NC ou ND. Inferência usa NV ou NDasv5.

2. Infraestrutura para treinamento de modelos

Treinamento é o cenário mais exigente.

Requisitos típicos

  • múltiplas GPUs por nó
  • alto throughput de disco
  • rede de baixa latência
  • escalabilidade horizontal

Arquitetura recomendada

  • VMs ND ou NC
  • Discos Premium SSD v2 ou Ultra Disk
  • Rede Accelerated Networking
  • Placement Groups para reduzir latência
  • Zonas de disponibilidade quando possível

Para treino distribuído, a latência entre GPUs é tão importante quanto a GPU em si.

3. Infraestrutura para inferência em produção

Inferência exige características diferentes.

  • latência previsível
  • escala rápida
  • custo controlado

Opções comuns

  • NV-Series para inferência dedicada
  • AKS com nós GPU para escala horizontal
  • VM Scale Sets com autoscaling

Boas práticas

  • separar treino e inferência
  • usar autoscaling baseado em QPS ou latência
  • isolar workloads por pool de nós
  • usar discos separados para modelos

4. AKS com GPU. quando e como usar

AKS é a melhor opção quando:

  • você precisa escalar rapidamente
  • múltiplos modelos compartilham cluster
  • workloads são containerizados

Componentes essenciais

  • Node Pool dedicado com GPU
  • NVIDIA Device Plugin
  • Taints e tolerations
  • Pod requests e limits bem definidos

Exemplo de node pool com GPU:

az aks nodepool add \
  --resource-group rg-aks \
  --cluster-name aks-ai \
  --name gpu \
  --node-vm-size Standard_NCads_A100_v4 \
  --node-count 2 \
  --labels workload=gpu \
  --node-taints sku=gpu:NoSchedule

Nunca misture workloads CPU e GPU no mesmo node pool.

5. Otimizando custo em workloads de IA

GPU é caro. Sem controle, o custo explode.

Estratégias essenciais

  • usar Spot VMs para treino não crítico
  • desligar clusters ociosos
  • separar ambientes dev, test e prod
  • usar Compute Fleet para flexibilidade de SKU
  • reservar capacidade apenas para produção estável

Spot GPUs

Ideais para:

  • experimentação
  • treinamento iterativo
  • pipelines de ML

Não recomendadas para inferência crítica.

6. Capacidade e quotas em ambientes GPU

GPUs são altamente restritas por quota e capacidade regional.

Boas práticas:

  • monitorar quota por SKU
  • solicitar quota com antecedência
  • definir regiões alternativas
  • combinar Compute Fleet com múltiplos SKUs
  • planejar failover regional

Infra de IA falha mais por falta de capacidade do que por erro técnico.

7. Segurança e isolamento

Workloads de IA frequentemente lidam com dados sensíveis.

Práticas recomendadas:

  • Private Endpoints para acesso a dados
  • isolamento de rede por VNet dedicada
  • Managed Identity para acesso a Storage e Key Vault
  • criptografia de discos e dados em repouso
  • controle de acesso granular por RBAC

8. Observabilidade e operação

Monitorar IA não é só GPU usage.

Monitore:

  • uso de GPU e memória
  • latência de inferência
  • throughput por modelo
  • falhas de pod ou VM
  • custo por workload

Ferramentas:

  • Azure Monitor
  • Log Analytics
  • Container Insights
  • métricas NVIDIA DCGM

Conclusão

Infraestrutura para IA exige um nível mais alto de maturidade arquitetural.
Não se trata apenas de escolher uma GPU, mas de projetar capacidade, escala, custo e resiliência desde o início.

Resumo final:

  • treino e inferência têm requisitos distintos
  • GPU exige planejamento de quota e capacidade
  • AKS é ideal para escala e multi-modelo
  • custo precisa ser tratado como requisito
  • observabilidade é parte da arquitetura

Uma infraestrutura de IA bem projetada no Azure é aquela que escala rápido, falha pouco e custa o necessário, nada mais.

Confira mais:

Fique por dentro das novidades

Assine nossa newsletter e receba as últimas atualizações e artigos diretamente em seu email.