
Checklist completo para projetos prontos para produção no Azure
Colocar um ambiente em produção no Azure envolve muito mais do que garantir que os recursos estão funcionando. É preciso garantir segurança, resiliência, visibilidade e controle de custos, pois qualquer falha nesses pilares pode impactar diretamente a operação e o negócio.
Este artigo traz um checklist detalhado para validar se seu projeto está realmente pronto para produção. Ele pode ser usado tanto por engenheiros de infraestrutura, arquitetos cloud ou times de DevOps e SRE como guia técnico de validação final.
1. Segurança: está tudo devidamente protegido?
Por que isso é importante?
A segurança é o principal fator que define se um ambiente pode ou não ir para produção. Muitos ambientes ainda pecam por manter segredos expostos, regras de rede abertas ou acessos excessivos. O Azure oferece ferramentas nativas que, se bem configuradas, aumentam significativamente a postura de segurança.
Itens a validar:
Item | Descrição |
---|---|
✅ MFA obrigatório | Habilite autenticação multifator em todas as contas administrativas com Azure AD Conditional Access. |
✅ Acesso com RBAC | Configure Role-Based Access Control (RBAC) com base em funções e grupos. Evite dar Owner a usuários individuais. |
✅ Acesso privilegiado com PIM | Use Privileged Identity Management (PIM) para conceder acesso elevado sob demanda e por tempo limitado. |
✅ NSGs aplicados nas subnets | As Network Security Groups devem ser aplicadas em todas as subnets com regras de entrada e saída bem definidas. |
✅ Uso de Bastion ou JIT | Para VMs, evite expor portas públicas. Use Azure Bastion ou Just-in-Time Access para acesso seguro. |
✅ Segredos no Key Vault | Tokens, senhas, strings de conexão devem estar no Azure Key Vault, nunca hardcoded em código ou config. |
✅ Firewalls e endpoints privados | Para Storage, SQL, Key Vault, e outros serviços, restrinja acesso por IP ou use Private Endpoints. |
✅ WAF configurado | Se houver exposição pública via App Gateway ou Front Door, ative o Web Application Firewall (WAF). |
✅ Defender for Cloud habilitado | O Microsoft Defender for Cloud deve estar habilitado e monitorando o ambiente com planos relevantes. |
Referência: Fundamentos de zero trust no Azure
2. Monitoramento: você tem visibilidade total?
Por que isso é importante?
O que não é visível, não é controlado. Quando um ambiente entra em produção, é essencial que existam formas claras de:
- Detectar problemas rapidamente
- Entender o comportamento do sistema
- Antecipar falhas
Itens a validar:
Item | Descrição |
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✅ Azure Monitor ativo | O serviço Azure Monitor deve estar ativado, e logs e métricas devem ser coletados. |
✅ Log Analytics configurado | Configure a retentiva de logs e conecte recursos críticos ao workspace. |
✅ Alertas ativos | Crie alertas baseados em métricas e logs (ex: uso de CPU, erros HTTP, falha de backup). |
✅ Dashboards com Workbooks | Use Azure Workbooks para dashboards operacionais por ambiente ou aplicação. |
✅ Application Insights | Aplicações em App Services, Functions ou AKS devem enviar dados para o Application Insights. |
✅ Network Watcher | Ative o Network Watcher para logs de NSG, diagnóstico de conexões e topologia de rede. |
Referência: Monitoramento com Azure Monitor
3. Alta disponibilidade e continuidade: o ambiente aguenta falhas?
Por que isso é importante?
Acidentes, atualizações e falhas de infraestrutura acontecem. A pergunta é: se uma falha ocorrer, o ambiente continua disponível? Toda aplicação em produção precisa de uma estratégia clara de alta disponibilidade (HA) e recuperação de desastres (DR).
Itens a validar:
Item | Descrição |
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✅ Zonas de disponibilidade | Se possível, recursos devem ser distribuídos em Availability Zones (ex: VMs, App Gateway, SQL). |
✅ Availability Sets para VMs | Caso não use zonas, use Availability Sets para balancear entre domínios de falha. |
✅ Replicação geográfica | Use geo-replicação para bancos como Azure SQL, Cosmos DB, Storage com RA-GRS. |
✅ Azure Site Recovery | Para workloads críticos, configure Azure Site Recovery com failover testado. |
✅ Backups testados | Ter backup não basta — ele precisa ser validado periodicamente. |
✅ Load balancing funcional | Se usa múltiplas instâncias ou regiões, configure o Load Balancer, Traffic Manager ou Front Door. |
Referência: Alta disponibilidade no Azure
4. Custos: seu ambiente está otimizado financeiramente?
Por que isso é importante?
Infraestruturas em nuvem trazem elasticidade — mas também riscos de custos descontrolados. Antes de subir um ambiente para produção, é essencial garantir visibilidade de custos, limites claros e práticas de otimização já implementadas.
Itens a validar:
Item | Descrição |
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✅ Budget e alertas ativos | Crie Azure Budgets com alertas por subscription, RG ou tag. |
✅ Uso de tags financeiras | Tags como Environment , CostCenter , Project , Owner ajudam na alocação de custos. |
✅ Azure Advisor revisado | Use o Azure Advisor para identificar e aplicar recomendações de economia. |
✅ Reservas aplicadas | Para workloads previsíveis, use Reserved Instances (VMs, SQL, Cosmos DB). |
✅ Dashboard de FinOps | Importe dados para o Power BI com o conector de Cost Management. |
✅ Avaliação de sizing | Faça rightsizing com base no histórico de uso — não provisione superdimensionado. |
✅ Eliminação de recursos ociosos | Verifique VMs desligadas, discos não usados, IPs públicos não alocados. |
Referência: FinOps Toolkit da Microsoft
Conclusão: Produção é mais que funcionamento
Antes de liberar qualquer workload para produção, use esse checklist como ponto de validação final. Ele não só reduz riscos operacionais e financeiros, como também demonstra maturidade da equipe técnica e compromisso com segurança, desempenho e continuidade.
Você pode:
- Transformar este checklist em um workbook interativo no Azure Monitor
- Adaptá-lo para um pipeline de aprovação para produção
- Compartilhá-lo com squads de produto ou engenharia como referência técnica